Cinema novo.
Durmo, sem lembrança alguma
Nem pensar
Pedi pra ela ir embora
Mal tratei
Chinguei
Chamei de vagabunda
Mas ela invade meu sonho
Sem pedir licença
Com seu riso torto e seu jeito miudo
Parece um filme de Glauber
A fotografia suja
A câmera trêmula
Um cinema novo
Trilha sonora de Chico e Novos Baianos
No deserto tico um peixe
Asso um jaraqui
Pra matar a sua fome
O Abraço é gostoso
É tanta gente
São muitos beijos
Mas nenhum é meu
Mesmo assim parecia feliz
Surreal, no deserto da catinga
Seu cabelo queimado de sol
Os cavalos eram bicicletas
O tempo a poeira da estrada
Acordo cedo sem despertar
No meio da Libedarde feito pedra
Um galo canta o meu pesar
A realidade dura
Dói, machuca
Faz sofrer
Queria ser um autômato
Com um botão no peito
Off line
Desligando o que sinto
Como se apagasse uma lâmpada
...
O que seria da poesia se não existisse dor?
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