Dourada.



Mais um dia tirando fotos, como outro qualquer.
Modelo, beira da praia do Rio Negro, quando era mais garoto, tinha um esporte antes das seções de fotos, ficava imaginando a calcinha da Vênus que sempre surgia.
Olhei para o rosto dela, linda, encantada, com uma mistura equivocada de inocência, recatada, dava para ver que não pertencia ao mundo da moda.
Tentei não olhar ela trocar de roupa, vi pouco, nada comprometedor, mas confesso com todas as palavras que gostaria de ter visto muito mais.
Me contive e apeguei me ao profissionalismo. Aproveitar o por do sol é uma tarefa árdua, pois tem de aproveitar a luz, ela não vai ficar lá o dia todo para o fotografo. Tinha muita coisa para pensar, enquadramento, foco, diafragma, sensibilidade luminosa, filtro a ser empregado, como utilizar a água no lugar do rebatedor, tive que auxiliar na direção da modelo, pois como disse, ela não é do mundo da moda.
Beleza singular, daqueles tipos perpétuos, de rainhas do Egito, olhar de esfinge, era um mistério, saber se ela estava gostando de ser fotografada e molhada o tempo todo. Ser modelo requer disciplina e gostar de fazer, pois as vezes se torna trabalho extremamente pesado. Ela mostrou que aguenta trabalhar.
Tamanha foi minha surpresa durante o processo fotográfico, quando vi sua calcinha. Pela primeira vez havia errado a cor o formato tudo, realmente ela é uma esfinge rugindo: "Decifra me ou te devoro!"
Foi a mais bela calcinha que eu tenha visto, toda de renda, chegava ficar dourada na luz daquela tarde. Ela percebeu que reparei na sua mais linda intimidade, com cara de pau falei logo: “se a foto ficar legal a gente apagaria no photoshop a cor amarela da calcinha. Mais uma vez ela mostra não ser uma mulher da moda. Aquilo martelava a minha cabeça. A narina dilata e a pupila também, o coração galopa que nem um cavalo, meus óculos embaçavam, ficou mais difícil fazer o foco e prestar atenção na luz.
Chacoalhei a cabeça e voltei a me concentrar no trabalho, a seção ficou maravilhosa, tiveram belas fotos.
Mas o que não me esqueço é de ter errado em tudo que imaginei da calcinha. A roupa intima, é um pouco da personalidade, e a surpresa que me fez escutar o rugido da esfinge. Mesmo com aquele ar aparentemente inocente, ela mostrou que é uma mulher. Mulher com M maiúsculo, com belas cochas e inteligente, um perigo para todo homem. As mulheres inteligentes são mais espertas que o seu macho, nós homens estamos fadados a sermos seus servos.  

Comentários

Postagens mais visitadas